Mudei de idéia: bucetas de lado, primeiro as bundinhas

É o seguinte: resolvi pular as bucetas e ir um pouquinho mais embaixo para contá-los de uma experiência única: comer bundinhas. Quem me conhece, sabe o valor que isso pode ter para mim. Quem não conhece, deixo a imaginação a disposição.

Sim crianças, hoje comi bundinhas crocantes, pretinhas e até, porque não?, bem salgadinhas. Bundinhas de formigas. Mais estritamente dizendo: não só a bunda mas começando pelas bordas até o todo de las hormigas culonas.

Iguaria famosa na Colômbia (região de Santander), as hormigas culonas (tanajuras ou com o tchan avantajado) se parecem muito com aquela espécie que lota os postes de luz na época do verão brasileiro. Elas sofrem um processo um tanto quanto doloroso para ficarem bem gostosas (e que espécie feminina não sofre?).

Primeiro retiram suas asas e patinhas. Depois enfiam as bichinhas numa salmora. Bem mais tarde aquecem um tacho e vão torrando aqueles derriès suculentos com óleo (literalmente, as pobrecitas ficam de rabo quente).  Se elas não estivessem vivas nesse bronzeamento forçado, muita gente acreditaria piamente que fosse amendoim torrado, porque o processo é muito parecido.

Aqui em Bogotá, poucas casas vendem as hormiguitas . O preço é bem salgado. Um pacotinho bem singelo custa $8.000 (cerca de R$8), o maior de todos chega a custar $50.000 (uns R$50). Mas vale a pena. Afinal, dizem que a espécie consumida é afrodisíaca (e o que não é exótico que não o seja?) e tem proteína que não engorda e faz crescer. O gosto é salgadinho com uma leve lembrança de carne – bem, mas bem lá no fundo. Ainda sim, juro que é uma das poucas coisas que dão para comer sem ver – de preferência.

Quer se aprofundar no assunto? Clica aqui para acessar o site do fabricante. Tem até foto com o passo a passo da produção, história da formiga, da cultura de comê-la, etc etc. Da minha parte, deixo apenas uma prova de que eu não só provo como provo.

Começando pela bundinha...

 

Tá, não é uma boca e nem uma propaganda de Colgate.